A hepatite C é uma doença infectocontagiosa que acomete o
fígado, causada pelo vírus C. A transmissão ocorre por contato direto com
sangue ou seus derivados contaminados, por isso é comum entre usuários de
drogas que compartilham seringas e até o início dos anos 90 a transfusão de
sangue também era um fator de risco, porém com o desenvolvimento de testes para
detecção do vírus C e sua realização em bancos de sangue essa forma de
transmissão foi controlada.
O vírus da hepatite C (HCV) é hoje a maior causa de hepatite
crônica no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 170 milhões
de pessoas estão cronicamente infectadas pelo HCV e mais de 350.000 pessoas
morrem todos os anos de complicações hepáticas relacionadas à doença. No
Brasil, perto de três milhões de pessoas tem sorologia positiva para HCV.
É uma doença silenciosa, raramente causa sintomas, por isso
a maioria dos portadores do HCV não sabe que está contaminada, só descobre se
fizer um teste específico. Cerca de 90% das pessoas infectadas não eliminam o
vírus e se tornam cronicamente infectadas, sendo que aproximadamente 20% delas
irão desenvolver cirrose, e destas, 25% podem progredir para câncer de fígado.
O tratamento habitual
da hepatite C é feito com uma combinação de interferon peguilado, usado por
injeção subcutânea, e ribavirina, medicamento oral, por um período de 24 ou 48
semanas, dependendo do genótipo. Esse tratamento apresenta muitos efeitos
colaterais, principalmente decorrentes do interferon, que incluem cefaleia,
febre, dores muscular, cansaço, perda de apetite, perda de peso, prurido,
depressão, além de queda de glóbulos brancos, plaquetas e anemia. Por isso
muitos pacientes com HCV não podem ser submetidos à terapia, como os doentes
com cirrose, com doenças psiquiátricas e autoimunes. Além disso, somente 40-50%
dos pacientes tratados atinge a cura, ou resposta virológica sustentada, que
seria a não detecção do vírus 12 semanas após o término do tratamento.
A partir de 2011,
para os pacientes com genotipo 1 e com doença avançada, passou-se a associar um
de dois medicamentos via oral de ação antiviral, inibidor de protease,
boceprevir ou telaprevir. Com essa terapia tripla a chance de cura subiu para
70%. Porém se limita ao genotipo 1 e houve um acréscimo nos efeitos colaterais,
com anemia mais grave e quadros dermatológiocos às vezes severos.Novos
medicamentos vêm sendo estudados, com o objetivo de se obter um tratamento com
menos efeitos colaterais e com maior chance de cura. O Sofosbuvir é o primeiro
medicamento dessa nova geração, antiviral de ação direta, que atua como
inibidor de uma enzima essencial para a replicação do vírus C, a polimerase
NS5B de ácido ribonucleico. O Sofosbuvir é bem tolerado, com pouco ou nenhum
efeito colateral.
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